O dólar vive em 2025 um dos movimentos mais marcantes da última década. Depois de anos em que a moeda parecia imbatível, já acumula uma queda de quase 14% no ano frente ao real, devolvendo o câmbio para patamares que não eram vistos desde meados de 2024.
O que explica essa virada
O real surfa uma combinação de fatores. Do lado externo, o Federal Reserve iniciou o ciclo de cortes de juros, reduzindo a atratividade dos títulos americanos e favorecendo moedas de países emergentes. Ao mesmo tempo, o Brasil mantém juros ainda elevados, o que amplia o diferencial de retorno para investidores estrangeiros.
No campo doméstico, há sinais de melhora na percepção sobre a condução fiscal e política, além da entrada consistente de capital externo na Bolsa e no mercado de renda fixa. Essa soma de condições tem levado à valorização expressiva do real e alimentado a visão de que o dólar pode recuar ainda mais.
Quem ganha e quem perde
Para os viajantes brasileiros, o movimento é uma boa notícia: passagens, hotéis e compras no exterior ficam mais acessíveis. Empresas importadoras também se beneficiam, já que insumos e produtos dolarizados chegam mais baratos.
Por outro lado, o cenário não é tão favorável para exportadores, que recebem menos reais ao converter suas receitas em dólar. Para eles, o câmbio mais baixo exige uma readequação nas margens de lucro e na competitividade.
Até onde pode ir?
Embora parte do mercado veja espaço para o dólar se aproximar de R$ 5,20, analistas alertam que o caminho não é linear. A moeda americana segue sensível a dados de inflação e emprego nos EUA, além de eventuais ruídos políticos ou fiscais no Brasil. Uma reversão brusca não está descartada.