Warren Buffett encerrou uma das histórias de investimento mais impressionantes de sua carreira: a venda completa da posição na fabricante chinesa de veículos elétricos BYD. Foram 17 anos desde a entrada em 2008, quando adquiriu 225 milhões de ações por pouco mais de US$ 200 milhões. O retorno foi monumental: os papéis se valorizaram quase 4.000% ao longo desse período.

A aposta de Munger que virou case histórico

A decisão de investir na BYD partiu, em grande parte, do entusiasmo de Charlie Munger, sócio histórico de Buffett, que descreveu o fundador da companhia, Wang Chuanfu, como um “milagre da indústria”. A aposta parecia arriscada, mas acabou transformando-se em uma das maiores histórias de multiplicação de capital da Berkshire Hathaway.

Com o tempo, a posição foi sendo reduzida de forma gradual. A venda final simboliza não apenas o encerramento de um ciclo, mas também o reposicionamento estratégico de Buffett em meio a mudanças no setor automotivo global, marcado pela intensa competição na indústria de veículos elétricos e pressões de margem cada vez maiores.

Lucros bilionários e um recado ao mercado

Ao longo do investimento, a participação da Berkshire chegou a valer quase US$ 9 bilhões. Agora, com a posição totalmente desmontada, o lucro bilionário se soma ao histórico de apostas visionárias do investidor, que reforça seu estilo de longo prazo — mas sem medo de sair quando acredita que o ciclo está completo.

Enquanto realizava os ganhos, Buffett voltou a criticar a obsessão de empresas e investidores por metas trimestrais. Para ele, esse foco distorce prioridades, levando companhias a sacrificarem inovação e crescimento sustentável em troca de números imediatistas para agradar o mercado.