A XP Inc. fechou o primeiro trimestre de 2025 com um lucro líquido ajustado recorde de R$ 1,2 bilhão, crescimento de 20% em relação ao mesmo período do ano passado e avanço de 2% frente ao quarto trimestre de 2024. Foi o maior resultado trimestral da história da companhia.

A renda fixa superou pela primeira vez a renda variável como principal fonte de receita do grupo. Entre janeiro e março, as receitas com produtos de renda fixa somaram R$ 1,015 bilhão, enquanto as de renda variável ficaram em R$ 959 milhões, uma queda de 15% na comparação anual.

Crescimento em meio à sazonalidade

O trimestre é tradicionalmente mais fraco para a intermediação financeira, mas a XP entregou expansão em vários indicadores. O lucro por ação (EPS) subiu 24% em 12 meses, alcançando R$ 2,29. O retorno sobre o patrimônio (ROE) ficou em 24,1%, com alta de 3,4 pontos percentuais em relação ao fim de 2024.

A empresa também anunciou um novo programa de recompra de ações no valor de R$ 1 bilhão, logo após concluir o anterior. Mesmo após distribuir R$ 2 bilhões em dividendos no fim de 2024, o índice de Basileia foi mantido em 19%, dentro da meta para 2026.

Captação, base de clientes e receitas

A captação líquida total foi de R$ 24 bilhões no trimestre. O número representa queda de 19% frente ao trimestre anterior, mas uma alta de 79% em relação ao primeiro trimestre de 2024. No segmento de varejo, foram R$ 20 bilhões, praticamente estável frente ao trimestre anterior e 53% acima em 12 meses.

A XP encerrou março com R$ 1,328 trilhão em ativos sob custódia, crescimento de 13% em um ano, impulsionado tanto por novos aportes (R$ 119 bilhões) quanto pela valorização de ativos (R$ 32 bilhões).

A receita líquida total no período foi de R$ 4,557 bilhões, queda de 4% frente ao último trimestre, mas alta de 7% em 12 meses. O varejo respondeu por R$ 3,441 bilhões — 10% acima do 1º tri de 2024.

Além da renda fixa, outros destaques de crescimento foram:

  • Crédito: +48%

  • Fundos de previdência: +12%

  • Cartões: +8%

  • Seguros: +17%

A média diária de negociações no varejo foi de R$ 2,2 milhões, leve alta de 3% na base anual e recuo de 7% ante o último trimestre.

Força de distribuição e base de clientes

A base de clientes ativos foi mantida em 4,693 milhões, com leve alta de 2% em um ano. Já o número de assessores de investimentos caiu 1% no trimestre, mas subiu 2% na comparação anual, somando 18,1 mil profissionais.

Perspectivas

Apesar da sazonalidade desfavorável, o desempenho foi considerado acima das expectativas pela própria empresa. Segundo o CFO da XP, Victor Mansur, se esse for o piso de 2025, “o ano pode ser excepcional”. Já o CEO, Thiago Maffra, destacou a capacidade da companhia de entregar crescimento com diversificação de receitas e disciplina estratégica.