A Tesla anunciou nesta segunda-feira (28) um acordo de US$ 16,5 bilhões com a Samsung Electronics para produção de chips de inteligência artificial (IA) personalizados nos próximos oito anos, até 2033. Os chips serão fabricados na nova planta da Samsung em Taylor, no Texas, ainda em fase de construção.
Chips AI6: motor da próxima geração Tesla
Os componentes produzidos sob o acordo são os chips da série AI6, que equiparão os sistemas de direção autônoma da Tesla, seu robô humanoide Optimus e os data centers da empresa, incluindo o cluster de supercomputação Dojo.
Um contrato estratégico para duas empresas em momentos distintos
Para a Samsung, o negócio representa um impulso vital para sua divisão de ‘foundry’, que enfrenta prejuízos estimados em mais de 5 trilhões de wons (US$ 3,6 bilhões) no primeiro semestre. A estreia no contrato mais valioso já assinado por cliente único mostra o avanço da sul-coreana além da memória, buscando liderança em chips de IA.
Para a Tesla, a parceria reforça a estratégia de verticalização tecnológica e redução da dependência de fornecedores externos como Nvidia e TSMC. Elon Musk anunciou que acompanhará pessoalmente os processos na linha de produção e prometeu ajudar a otimizar a eficiência fabril. Ele indicou ainda que o valor divulgado pode ser “o mínimo necessário” e que o volume de chips produzido será possivelmente superior ao do contrato.
Taylor, Texas: o tabuleiro da ambição
A fábrica da Samsung em Taylor faz parte de um investimento global de cerca de US$ 40 bilhões, com ênfase no novo ecossistema de manufatura americanos, em parte financiado pelo programa CHIPS Act, do governo dos EUA. A produção está prevista para iniciar no segundo semestre de 2026, após diversos atrasos causados por dificuldades em atrair grandes clientes e questões logísticas.
Por que o contrato faz sentido agora
-Revitalização da foundry da Samsung: o acordo pode acelerar o início efetivo das operações em Taylor e incentivar outros grandes clientes a se unirem ao projeto. Isso é essencial em uma era dominada pela rival TSMC.
-Redução dos riscos para a Tesla: ao internalizar sua própria linha de chips, a montadora se protege contra rupturas na cadeia de suprimentos e garante controle tecnológico.
-Benefício mútuo no tabuleiro global de semicondutores, com envolvimento direto do governo americano em subsídios e proteção contra tarifas. A escolha por Taylor reforça o alinhamento estratégico entre as duas nações em tecnologia avançada.