O motor da economia brasileira perdeu velocidade no segundo trimestre de 2025. Depois de arrancar no começo do ano, o Produto Interno Bruto avançou apenas 0,4% entre abril e junho, bem abaixo dos 1,3% do trimestre anterior. Ainda assim, o resultado não é de todo ruim: veio acima do que muita gente esperava e mostra que a economia não parou — apenas pisou no freio.

A fotografia do período revela contrastes. De um lado, os serviços, que representam a maior parte do PIB, seguiram firmes e cresceram 0,6%. A indústria também colaborou, puxada pela mineração, que avançou mais de 5% no trimestre. Do outro, o agronegócio devolveu parte do ganho do início do ano e registrou leve queda.

O que realmente pesou foi o investimento. A Formação Bruta de Capital Fixo, que mede onde as empresas estão colocando dinheiro para expandir, caiu 2,2%. É a cicatriz dos juros altos, que encarecem crédito e freiam planos de expansão. O consumo do governo também recuou, enquanto as famílias mostraram alguma resistência, aumentando seus gastos em 0,5%.

Na prática, o país segue crescendo, mas de forma mais contida. O número anualizado aponta para algo em torno de 2,2% a 2,5% em 2025 — um ritmo aceitável, mas que não empolga. A dúvida é se essa marcha lenta é apenas um ajuste de rota ou o prenúncio de um segundo semestre ainda mais fraco.

Seja como for, a mensagem que fica é clara: o Brasil não está imune à pressão dos juros e à desaceleração global, mas continua mostrando resiliência. O PIB menor não significa fraqueza absoluta, e sim um jogo mais equilibrado — em que cada setor terá que lutar para manter a roda girando.