A McLaren Racing, atual líder do campeonato mundial de Fórmula 1, acaba de ser avaliada em impressionantes US$ 4,1 bilhões (£ 3 bilhões) em um acordo que altera a estrutura de controle da equipe. O movimento reforça a crescente valorização do esporte junto a investidores globais e consolida o domínio do Oriente Médio sobre uma das marcas mais icônicas do automobilismo.
Segundo fontes próximas às negociações, o fundo soberano do Bahrein, Mumtalakat, e a CYVN Holdings, sediada em Abu Dhabi, assumirão o controle total da escuderia. O negócio envolve a compra de cerca de 30% das ações pertencentes à MSP Sports Capital e outros investidores minoritários que haviam ingressado no capital da McLaren em 2020, quando a equipe foi avaliada em £ 560 milhões. Entre os nomes que participaram daquela rodada estava o bilionário Rob Walton, herdeiro do Walmart.
Nem McLaren nem MSP quiseram comentar oficialmente, mas a transação já havia sido adiantada pela Sky News.
F1 em alta: valuations recordes
O acordo coloca a McLaren no topo das avaliações recentes de equipes da Fórmula 1, em linha com o crescimento global da categoria impulsionado pela base de fãs em expansão e pelo aumento expressivo nas receitas comerciais. Para efeito de comparação, a Aston Martin — mesmo distante das líderes no campeonato — negocia uma participação com base em uma avaliação de £ 2,4 bilhões.
Esse salto de valor reflete o apetite dos investidores, que enxergam nas equipes de F1 ativos de prestígio, com potencial de geração de receita global por meio de patrocínios, direitos de transmissão e exposição de marca.
O momento esportivo e os desafios fora das pistas
Sob o comando de Zak Brown, a McLaren vive uma fase esportiva brilhante: no ano passado, quebrou um jejum de 26 anos e voltou a conquistar o campeonato de construtores. Em 2025, seus pilotos Oscar Piastri e Lando Norris disputam diretamente o título mundial, algo que a equipe não via desde 2008.
Mas fora das pistas, o cenário é mais desafiador. A divisão de carros de luxo, McLaren Automotive, tem enfrentado dificuldades financeiras nos últimos anos e precisou recorrer ao apoio dos acionistas em diversas ocasiões. A marca foi forçada a vender parte de sua coleção de veículos históricos, negociar a alienação do braço de tecnologias avançadas e até concluir a venda e o arrendamento de sua famosa sede em Woking, para reforçar o caixa.
A consolidação do controle pelos acionistas do Oriente Médio pode dar à McLaren Racing mais estabilidade financeira para sustentar sua fase esportiva e, ao mesmo tempo, garantir o suporte necessário à reestruturação da divisão automotiva.