Nova iniciativa busca fortalecer cadeias críticas, energia e tecnologia de fronteira — e marca um novo capítulo no capitalismo estratégico americano
O JP Morgan Chase, maior banco dos Estados Unidos, anunciou que vai investir US$ 10 bilhões de capital próprio em setores considerados vitais para a segurança nacional e o futuro industrial do país.
O plano faz parte de uma iniciativa mais ampla — batizada de Security and Resilience Initiative — que pretende mobilizar até US$ 1,5 trilhão em investimentos públicos e privados na próxima década.
A mensagem de Jamie Dimon, CEO do banco, foi direta: a força econômica é agora um pilar da segurança nacional.
“Ficou evidente que os Estados Unidos se tornaram dependentes de fontes não confiáveis para suprimentos críticos. Nossa segurança depende da resiliência da economia americana”, disse o executivo ao anunciar o plano.
O JP Morgan identificou quatro eixos prioritários para o investimento:
1. Cadeias de suprimentos e manufatura avançada — incluindo minerais críticos, semicondutores, indústria farmacêutica e robótica;
2. Defesa e comunicação segura, abrangendo empresas de drones, aeroespacial e infraestrutura digital;
3. Energia e segurança de distribuição, com foco em baterias e independência energética;
3. Tecnologias de fronteira, como inteligência artificial, cibersegurança e computação quântica.
Os recursos virão de participações diretas e de aportes em fundos de venture capital, com foco em negócios de base americana. “Não é filantropia”, destacou Dimon. “É uma aposta comercial — e estratégica.”
Mercados reagiram imediatamente
O anúncio impulsionou ações ligadas à nova fronteira tecnológica.
Companhias de computação quântica, como Arqit Quantum, D-Wave Quantum e Rigetti Computing, subiram cerca de 20%, enquanto mineradoras de terras raras — um elo sensível da disputa com a China — também avançaram com força.
O movimento veio em meio à escalada das restrições impostas por Pequim às exportações de minerais estratégicos para os EUA, reforçando a narrativa de autossuficiência industrial e energética como tema central da política americana.
O retorno do “capitalismo de segurança”
Com o plano, o JP Morgan se posiciona como protagonista de uma nova era em que o capital privado assume papel geopolítico.
Para os EUA, a meta é clara: reduzir dependências externas e reconstruir setores considerados essenciais para sustentar sua hegemonia econômica.
Em um mundo em que chips, energia e dado