A inflação brasileira registrou um avanço de 0,16% em janeiro de 2025, marcando a menor variação para o mês em mais de 30 anos. Esse resultado representa uma desaceleração significativa em relação aos meses anteriores e reflete, principalmente, a queda nas tarifas de energia elétrica, que ajudou a compensar o aumento consecutivo dos preços dos alimentos.
Cenário atual da inflação no Brasil
No acumulado dos últimos 12 meses, o índice inflacionário atingiu 4,56%, ainda acima da meta do Banco Central, que tem como objetivo um IPCA de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Mesmo com a desaceleração registrada em janeiro, o número indica que a inflação segue pressionada, especialmente pelo impacto de produtos essenciais no orçamento das famílias.
Energia e alimentos puxam os preços
O principal fator responsável pela desaceleração da inflação foi a redução na conta de luz, que caiu após o fim de cobranças extras e a maior oferta de energia no sistema. No entanto, os alimentos continuaram subindo, registrando sua quinta alta consecutiva. Entre os produtos que mais pesaram no bolso dos brasileiros, destacam-se carnes, leite e derivados, além de hortaliças e frutas.
Banco Central mantém política monetária rigorosa
Diante desse cenário, o Banco Central optou por manter sua política monetária restritiva e elevou a taxa básica de juros (Selic) para 13,25% ao ano. A decisão tem como objetivo conter a inflação e manter o equilíbrio dos preços a longo prazo. Além disso, a autoridade monetária já sinalizou que pode haver um novo aumento de 1 ponto percentual na reunião de março, caso o cenário inflacionário continue desafiador.
O que esperar nos próximos meses?
O governo aposta em fatores sazonais e estruturais para ajudar no controle da inflação ao longo do ano. Uma safra agrícola robusta, com boa produtividade, pode trazer alívio aos preços dos alimentos, enquanto a valorização do real frente ao dólar tem potencial para reduzir os custos de importação e contribuir para um cenário econômico mais estável.
Ainda assim, especialistas alertam que a inflação segue sensível a oscilações externas, como variações no mercado de commodities, crises geopolíticas e mudanças nas políticas monetárias globais. Dessa forma, o comportamento dos preços seguirá no radar do Banco Central e dos investidores, que acompanham de perto as decisões econômicas para os próximos meses.