As criptomoedas deixaram de ser um nicho para se tornarem um instrumento cada vez mais presente no cotidiano financeiro global. A nova edição do relatório da Chainalysis mostra que a Índia ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de adoção, enquanto o Brasil aparece na 5ª posição, à frente de todas as outras economias da América Latina.
Índia: a força de um ecossistema digital
O destaque indiano não é por acaso. O país construiu um dos sistemas de pagamentos instantâneos mais avançados do planeta, o UPI, usado por centenas de milhões de pessoas diariamente. Essa base digital robusta abriu caminho para que criptoativos, como stablecoins e soluções de DeFi, fossem incorporados de forma rápida. Além disso, a memória recente de inflação alta e a busca por alternativas ao sistema bancário tradicional deram impulso à popularização dos ativos digitais.
Emergentes como protagonistas
Logo atrás da Índia estão Estados Unidos, Vietnã, Ucrânia e Brasil. A presença brasileira entre os cinco primeiros reflete não apenas o interesse crescente dos pequenos investidores, mas também o avanço regulatório e a abertura de debates sobre como os criptoativos podem se integrar ao sistema financeiro tradicional.
Na América Latina, o movimento é ainda mais expressivo: a região registrou um crescimento de 63% na atividade on-chain em 2025, puxada por Brasil, Venezuela e Argentina. Se nas economias desenvolvidas o capital é o motor — com América do Norte e Europa movimentando mais de US$ 2 trilhões cada em transações no último ano —, nos emergentes a lógica é diferente: criptomoedas funcionam como ferramenta de inclusão, preservação de valor e envio de remessas.
Um mercado em transformação
O uso descentralizado mostra que cada região encontrou um motivo distinto para acelerar a adoção: enquanto investidores ocidentais exploram ganhos financeiros, países em desenvolvimento utilizam os criptoativos como uma forma de estabilidade e acesso a serviços antes restritos a poucos.
Cotações mais recentes
Em um dia de cautela global, as principais criptomoedas oscilaram pouco nesta quinta-feira (4). O mercado aguardava novos dados de emprego nos Estados Unidos e sinais sobre os próximos passos da política monetária americana, fatores que pesam diretamente sobre ativos de maior risco.
Bitcoin (BTC): US$ 110.932,69 (-0,52%)
Ethereum (ETH): US$ 4.415,94 (+0,96%)
XRP (XRP): US$ 2,84 (-0,36%)
BNB (BNB): US$ 849,04 (-0,62%)
Solana (SOL): US$ 207,70 (-1,34%)
O recado do ranking
A mensagem do levantamento é clara: as criptomoedas já não pertencem apenas às mesas de grandes investidores. Em países emergentes, elas são cada vez mais um atalho para a inclusão financeira e uma resposta prática às fragilidades econômicas locais. O Brasil, no coração dessa tendência, se posiciona como protagonista na América Latina e reforça seu lugar no mapa global dos criptoativos.