Os recentes incêndios que atingiram áreas de cultivo de cana-de-açúcar em São Paulo podem resultar em um prejuízo estimado de R$ 350 milhões para os produtores. Segundo a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), aproximadamente 59 mil hectares foram afetados, com a produtividade caindo drasticamente, de mais de 100 quilos para cerca de 40 quilos por hectare.

O impacto das queimadas é agravado pela deterioração rápida da cana após os incêndios, comprometendo ainda mais a colheita e a qualidade do produto final.

O CEO da Orplana, José Guilherme Nogueira, destacou que a situação é crítica devido à combinação de fatores climáticos adversos e práticas humanas irresponsáveis, como o descarte inadequado de bitucas de cigarro.

A umidade relativa do ar extremamente baixa e as altas temperaturas contribuíram para a propagação dos incêndios, com 305 novos focos registrados no sábado e 3.600 na sexta-feira, um número dez vezes maior do que no mesmo período do ano passado.

Em resposta à crise, a Orplana está colaborando com o governo estadual em um gabinete de crise, mobilizando caminhões-pipa e outros recursos para controlar os incêndios.

No entanto, Nogueira enfatizou a necessidade urgente de um plano de ação estruturado para enfrentar esses eventos com mais eficácia no futuro, sugerindo que o Brasil poderia se inspirar em modelos de prevenção de incêndios adotados em Portugal e na Califórnia.

A crise não apenas ameaça a safra atual, mas também destaca a necessidade de medidas preventivas mais rigorosas e de conscientização para evitar que práticas humanas amplifiquem os danos causados por condições climáticas extremas.