Entre os dias 7 e 9 de novembro, o Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1 chega à sua 21ª etapa da temporada e promete não apenas velocidade nas pistas, mas também um forte impulso na economia da capital.
Segundo estimativas da SPTuris, o evento deve movimentar R$ 2,2 bilhões — um salto em relação aos R$ 1,96 bilhão registrados em 2024. A corrida, que é a única etapa da F1 na América do Sul, atrai uma legião de fãs e visitantes de mais de 170 países, consolidando São Paulo como uma das sedes mais vibrantes do calendário global.
2025 também marca o retorno de um brasileiro ao grid: Gabriel Bortoleto, piloto da Sauber, o que aumenta ainda mais o apelo local da etapa.
Um impacto que vai além das arquibancadas
O GP de São Paulo já é considerado o maior evento esportivo e turístico da cidade. Apenas no ano passado, quase 300 mil pessoas passaram pelo Autódromo José Carlos Pace durante os três dias de evento — um aumento de mais de 120% no público em uma década.
Para este ano, a expectativa é de 15% de espectadores estrangeiros, impulsionados pela valorização do dólar e do euro, que tornam o Brasil uma alternativa mais acessível para turistas de alto poder aquisitivo.
“Com a transmissão para mais de 170 países, o GP é uma vitrine do Brasil para o mundo. Ele movimenta turismo, cultura e economia ao mesmo tempo”, afirma Allan Adler, CEO do GP São Paulo.
Hotéis lotados, bares cheios e cidade em festa
A movimentação se reflete em toda a capital. Regiões como Itaim Bibi, Jardins e Interlagos vivem um verdadeiro boom. Segundo a Abrasel-SP, o faturamento dos bares e restaurantes deve crescer 25% durante o fim de semana do GP, com ticket médio 10% maior.
“Durante o evento, o aumento no faturamento chega a 30%. Já nos dias que antecedem a corrida, o movimento cresce cerca de 10%”, explica Joaquim Saraiva, líder executivo da Abrasel-SP.
Para atender à demanda, o setor reforça equipes, amplia horários e prepara cardápios especiais.
O turista também mudou. Em 2004, gastava-se em média R$ 930 por pessoa; hoje, a média ultrapassa R$ 4,6 mil, segundo dados da SPTuris.
Além do público tradicional de 30 a 39 anos, cresce a presença de jovens: os espectadores de 18 a 29 anos já representam mais de 40% do total. “O GP conquistou uma nova geração”, observa Gustavo Pires, presidente da SPTuris.
Interlagos, de símbolo a ativo
Nos últimos anos, o autódromo passou por um processo de modernização avaliado em R$ 500 milhões, entre investimentos públicos e privados.
O pacote incluiu melhorias em infraestrutura, segurança, acessibilidade, saneamento e iluminação, além da ampliação das arquibancadas e de novos acessos.
“Interlagos deixou de ser um equipamento deficitário e passou a ser um espaço moderno, sustentável e rentável para São Paulo”, afirmou o prefeito Ricardo Nunes durante a apresentação das novas estruturas.
O evento deve gerar mais de 20 mil empregos diretos e indiretos, com apoio de 2.500 profissionais contratados pelo Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo (Cate).
Desafios fora da pista
Apesar dos resultados expressivos, a etapa também representa um desafio logístico. A sequência do GP do México e o transporte dos carros e equipamentos pelo Aeroporto de Viracopos exigem coordenação milimétrica.
Ainda assim, São Paulo conta com um diferencial: sua conectividade aérea. “A malha de voos diretos é uma vantagem competitiva que garante o sucesso do evento”, explica Guilherme Dietze, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP.
A segurança também foi reforçada: 135 câmeras foram instaladas no autódromo e em seu entorno, somadas a ações de acolhimento e combate ao assédio em parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos.