O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o país deve reduzir parte das tarifas aplicadas sobre importações de café, em meio à escalada dos preços internos da bebida. A medida, segundo ele, busca aliviar a pressão inflacionária que transformou o café em um dos produtos que mais encareceram para o consumidor americano no último ano.
Em entrevista ao programa The Ingraham Angle, da Fox News, Trump disse que pretende “baixar as tarifas sobre o café” para garantir maior entrada do produto no mercado americano. Ele não detalhou quais países serão beneficiados, mas as negociações envolvem os principais exportadores da commodity, e a redução tende a ter impacto direto nas importações dos Estados Unidos — que consomem cerca de 24 milhões de sacas por ano.
Desde agosto, o governo norte-americano havia imposto um tarifaço de 50% sobre o café importado, medida que elevou custos e reduziu o fluxo de entrada do produto no país. Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), as exportações caíram mais de 45% em agosto e mais de 50% em setembro, logo após a aplicação da tarifa.
A forte alta nos preços internos foi um dos gatilhos para a mudança de postura da Casa Branca. O café torrado e moído subiu quase 19% em doze meses até setembro, tornando-se o item de maior variação entre os alimentos monitorados pelos indicadores de inflação.
Fontes ligadas ao setor indicam que o governo americano avalia duas possibilidades: uma suspensão temporária das tarifas por 90 dias, permitindo a normalização do mercado, ou uma isenção permanente a ser definida em novo acordo comercial.
A decisão final deve ser anunciada nas próximas semanas. Por ora, a declaração de Trump sinaliza uma tentativa de conter um problema interno que ultrapassou o campo econômico e chegou à rotina doméstica do consumidor americano: o aumento no preço de um hábito diário que, como o próprio presidente reconheceu, “precisa voltar a caber na mesa das famílias”.