O Brasil alcançou um marco histórico em 2024 com a energia solar registrando um recorde absoluto de instalações. Dados divulgados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostram que o país adicionou mais de 12 gigawatts (GW) à sua capacidade instalada apenas neste ano, consolidando sua posição como um dos líderes globais no setor.
A conquista reflete um crescimento acumulado de mais de 80% em relação ao ano anterior, impulsionado por uma combinação de fatores como incentivos governamentais, queda nos custos de equipamentos e aumento da conscientização sobre a importância da transição para fontes limpas e renováveis de energia.
Residências e Pequenos Negócios Lideram Expansão
A geração distribuída, que inclui sistemas instalados em residências e pequenos comércios, foi responsável por mais de 70% das novas instalações. Esse modelo, em que os consumidores produzem a própria energia e podem compensar o excesso na rede elétrica, continua a ser o principal motor do crescimento da energia solar no Brasil.
Pequenos produtores rurais também têm se destacado, aproveitando linhas de crédito específicas para investir em sistemas fotovoltaicos. Isso não apenas reduz os custos operacionais dessas propriedades, mas também contribui para a sustentabilidade do setor agropecuário.
Impactos Positivos na Economia e no Meio Ambiente
Com mais de R$ 70 bilhões investidos em novos projetos em 2024, a energia solar se tornou uma alavanca para a geração de empregos. Segundo a Absolar, o setor foi responsável pela criação de aproximadamente 450 mil postos de trabalho diretos e indiretos.
Além dos impactos econômicos, a expansão da energia solar desempenha um papel crucial no combate às mudanças climáticas. A utilização de energia limpa evitou a emissão de mais de 15 milhões de toneladas de CO² em 2024, contribuindo para que o Brasil se aproxime de suas metas climáticas acordadas no Acordo de Paris.
Desafios e Perspectivas
Apesar do crescimento impressionante, o setor enfrenta desafios como a necessidade de aprimorar a infraestrutura de transmissão e a revisão de regulações que afetam o modelo de compensação de energia. No entanto, a tendência é que esses obstáculos sejam superados com a colaboração entre governos, setor privado e sociedade civil.
A projeção para os próximos anos continua otimista. Com a ampliação de investimentos e inovações tecnológicas, estima-se que o Brasil possa dobrar sua capacidade instalada de energia solar até 2030, consolidando sua posição de destaque no cenário global.