As negociações para a venda das operações do TikTok nos Estados Unidos foram oficialmente interrompidas após o governo chinês indicar que não aprovará o acordo. A decisão vem na esteira de novas tensões comerciais entre China e EUA, reacendidas por recentes tarifas impostas pela administração Trump sobre produtos chineses.
O prazo estabelecido pelo governo norte-americano, que exigia a venda da plataforma por sua controladora chinesa, ByteDance, foi estendido por 75 dias. Caso não haja uma solução até o fim desse período, o aplicativo corre o risco de ser banido do mercado americano — um dos seus principais polos de crescimento.
O plano em discussão previa a criação de uma nova empresa nos Estados Unidos, com investidores americanos assumindo o controle majoritário e a ByteDance mantendo uma participação minoritária, inferior a 20%. As conversas entre as partes já estavam avançadas e tinham o apoio preliminar tanto dos envolvidos quanto das autoridades americanas.
No entanto, segundo a própria ByteDance, ainda existem “diferenças significativas em pontos-chave” e a conclusão do negócio dependeria também de aprovação regulatória na China. O governo chinês se manifestou em defesa das empresas locais, reforçando sua oposição a medidas que comprometam princípios básicos de mercado e soberania empresarial.
O impasse acontece num momento de escalada comercial: a China anunciou novas tarifas de 34% sobre produtos americanos, em resposta direta às taxas implementadas pelos EUA dias antes. Com isso, a taxação total sobre itens chineses no mercado americano pode alcançar até 54%.
O caso do TikTok se torna, assim, um símbolo de uma disputa mais ampla. Mais do que uma operação corporativa, o destino da rede social está agora atrelado a interesses estratégicos e geopolíticos que envolvem as duas maiores potências econômicas do planeta.