Warren Buffett não apenas falou — cumpriu. Aos 94 anos, o megainvestidor está doando o equivalente a R$ 33 bilhões em ações da Berkshire Hathaway, em mais uma etapa de um plano iniciado há quase duas décadas: doar praticamente toda sua fortuna em vida ou após sua morte.

A nova rodada de doações inclui 9,43 milhões de ações Classe B destinadas ao fundo da Fundação Bill & Melinda Gates. Outras 2,92 milhões irão para as instituições criadas por seus filhos — Sherwood Foundation, Howard G. Buffett Foundation, NoVo Foundation — e para a fundação que leva o nome de sua falecida esposa, Susan Thompson Buffett.

Um compromisso que começou antes de virar moda
Buffett iniciou suas grandes doações em 2006, antes mesmo do surgimento do Giving Pledge, movimento criado em 2010 com Bill Gates e Melinda French Gates para incentivar bilionários a doarem a maior parte de suas fortunas. Desde então, Buffett vem se desfazendo de sua participação na empresa que o tornou uma lenda em Wall Street — e segue no plano.

“Essas cinco fundações já receberam ações da Berkshire que, no momento da doação, valiam cerca de US$ 60 bilhões — bem mais do que todo meu patrimônio líquido em 2006”, escreveu ele em comunicado.

R$ 145 bilhões ainda nas mãos dele
Mesmo com as doações massivas, Buffett continua sendo um dos homens mais ricos do planeta. Detém 198.117 ações Classe A e 1.144 ações Classe B da Berkshire Hathaway. Segundo ele, essas participações representam hoje cerca de US$ 145 bilhões — mais de 99% do seu patrimônio líquido.

Buffett diz que não tem dívidas e que seu testamento prevê que 99,5% de sua herança também será destinada a causas filantrópicas. A intenção é clara: sua fortuna não será deixada para herdeiros, mas para o mundo.

A sucessão já começou
Em fevereiro, Buffett anunciou que deixará o cargo de CEO da Berkshire Hathaway até o fim de 2025. Greg Abel, seu braço direito de longa data, já está preparado para assumir o comando de um dos maiores conglomerados empresariais dos EUA.

Buffett garantiu que continuará doando gradualmente e que não pretende vender nenhuma de suas ações da Berkshire, preservando o valor da empresa até o fim de sua trajetória.