A maior criptomoeda do mercado voltou a acender o alerta. O Bitcoin (BTC) caiu mais de 4,5% nesta terça-feira (18), sendo negociado próximo de US$ 91 mil, seu menor patamar desde abril. O movimento derrubou também o restante do mercado cripto, com diversos ativos recuando mais de 5%.

A queda reflete um ambiente de crescente aversão ao risco. As bolsas asiáticas encerraram o dia em forte baixa, pressionadas pelo pessimismo em relação ao setor tecnológico dos Estados Unidos — especialmente às vésperas do balanço da Nvidia, previsto para quarta-feira (19). O dado se tornou um termômetro do apetite global por risco, já que a fabricante de chips lidera o boom da inteligência artificial.

Pressão vendedora e saída de capital dos ETFs

A desvalorização do Bitcoin se intensificou entre segunda-feira (17) e terça-feira (18), marcada por um aumento expressivo da pressão vendedora. O sentimento de cautela foi amplificado por dados represados do mercado de trabalho americano e pelo temor de que os impactos do recente shutdown nos EUA sejam mais severos do que o estimado inicialmente.

Os ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos também registraram uma semana negativa: mais de US$ 1 bilhão foram retirados dos principais fundos. O fluxo reforça a percepção de fragilidade e mostra que parte dos investidores institucionais está reduzindo exposição enquanto a volatilidade aumenta.

O que está por trás da queda?

Dois vetores ajudam a explicar o cenário atual:

1. Temor de bolha na inteligência artificial

A expectativa em torno do balanço da Nvidia vai muito além de um relatório trimestral. O mercado busca pistas sobre uma possível desaceleração no setor de IA — e qualquer sinal nesse sentido pode ampliar a aversão ao risco. Investidores temem que o entusiasmo exagerado em torno da tecnologia esteja formando uma bolha, o que elevaria o risco de correções mais profundas.

2. Incerteza macroeconômica nos EUA

Os efeitos econômicos da paralisação parcial do governo americano ainda são pouco claros, mas já indicam um impacto maior do que o previsto. Dados de emprego represados aumentam o clima de incerteza, e o Bitcoin, frequentemente visto como termômetro de confiança do mercado, acaba absorvendo essa tensão.