A alta da Selic está longe de ser apenas um número nos noticiários financeiros — ela carrega um impacto bilionário que já começa a se desenhar nas contas das empresas brasileiras.
Até 2030, o aumento da taxa deve custar impressionantes R$ 126 bilhões a mais em juros para as companhias do país.

Essa nova realidade pesa especialmente sobre as empresas com dívidas indexadas ao CDI ou à própria Selic, prática comum em setores como varejo, saúde, locadoras de veículos e construção civil. A dependência intensa de crédito para financiar operações e projetos deixa essas áreas ainda mais vulneráveis à escalada dos juros.

Só em 2025, a expectativa é que R$ 26 bilhões adicionais saiam dos caixas corporativos apenas para cobrir o aumento do custo financeiro. Um valor que, se não for bem gerenciado, pode comprometer margens, limitar investimentos e até inviabilizar novos projetos de expansão.

O cenário é claro: o encarecimento do crédito deve impactar o consumo, reduzir investimentos e, consequentemente, frear o crescimento econômico. Empresas com dívidas pós-fixadas já sentem o impacto imediato nas parcelas, enquanto aquelas com dívidas pré-fixadas precisam se preparar para renegociações potencialmente mais duras no futuro.

Para atravessar essa fase com mais segurança, algumas estratégias se tornam quase mandatórias: rever o fluxo de caixa para proteger a liquidez, diversificar receitas para reduzir riscos concentrados, buscar eficiência tributária e renegociar dívidas com condições mais previsíveis.

A alta da Selic, portanto, não é apenas um desafio momentâneo — é um convite à adaptação, ao planejamento e à visão estratégica de longo prazo. As empresas que souberem interpretar esse novo cenário e se ajustarem com agilidade estarão melhor posicionadas para sobreviver e crescer em meio à pressão dos juros.