Se você percebeu que sua xícara de café está mais cara, não é impressão. O preço do café atingiu seu nível mais alto em 28 anos, segundo um levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP. A saca de 60 kg do café arábica ultrapassou os R$ 1.500, algo que não acontecia desde 1997. Mas o que está por trás dessa alta histórica?

Menos café no mercado: o impacto do clima
O Brasil é o maior produtor de café do mundo, mas a última safra foi fortemente afetada por fatores climáticos. Secas prolongadas e geadas inesperadas reduziram a produção, deixando menos café disponível no mercado. Outros países produtores, como Colômbia e Vietnã, também enfrentaram dificuldades climáticas e problemas logísticos, agravando ainda mais a oferta global.

Mais demanda, preços mais altos
Ao mesmo tempo, o consumo de café continua crescendo, principalmente na Ásia, onde cada vez mais pessoas adotam o hábito da bebida. Além disso, há um aumento na busca por cafés especiais e sustentáveis, que exigem processos de cultivo mais caros.

No mercado financeiro, investidores e especuladores viram a oportunidade de lucrar com a baixa oferta e passaram a comprar contratos futuros de café, elevando ainda mais os preços.

O impacto no bolso do consumidor
Quem consome café diariamente já sente a diferença nos preços. Cafeterias, supermercados e até cápsulas de café para máquinas estão mais caras. Especialistas alertam que essa alta pode se manter ao longo de 2025, dependendo do desempenho da próxima safra.

Para os produtores, a valorização do café pode ser positiva, mas pequenos cafeicultores ainda enfrentam custos elevados com insumos e logística, o que reduz os lucros.

O que esperar para os próximos meses?
Se as condições climáticas melhorarem e a produção aumentar, o preço do café pode se estabilizar. Caso contrário, o consumidor terá que se acostumar a pagar mais caro pela bebida favorita dos brasileiros.