Os dois maiores bancos privados do Brasil, Itaú e Bradesco, estão mirando o mercado de investimentos da China e anunciaram parcerias estratégicas com grandes gestoras de recursos do país asiático. Em um momento de crescente proximidade diplomática entre Brasil e China, essas iniciativas visam permitir que brasileiros invistam na China e que os chineses tenham acesso ao mercado brasileiro.

1 – Bradesco Avança com Fundo em Xangai

Parceria: Acordo com a China Universal Asset
Fundo: ETF de ativos brasileiros na Bolsa de Xangai

O Bradesco deu um passo significativo ao fechar um acordo de cooperação com a China Universal Asset, que gerencia US$ 178 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) em ativos. Com essa parceria, o Bradesco pretende lançar, ainda este ano, um fundo de ativos brasileiros listado na Bolsa de Xangai, provavelmente até outubro, através de um ETF (fundo de índice). Simultaneamente, um fundo de índice de papéis chineses será listado na B3, tornando-se acessível para investidores brasileiros. O CEO da Bradesco Asset, Bruno Funchal, enxerga grande potencial na iniciativa, especialmente em setores como veículos elétricos, biotecnologia e painéis solares na China, e commodities no Brasil.

2 – Itaú Amplia Colaboração com E Fund

Parceria: Colaboração com a E Fund
Foco: Diversificação e expansão internacional

A Itaú Asset, gestora do banco, também anunciou uma colaboração com a E Fund, uma das maiores gestoras de recursos da China, com US$ 464 bilhões (cerca de R$ 2,5 trilhões) sob gestão. A parceria visa explorar “múltiplas plataformas” para oferecer uma gama diversificada de produtos e serviços tanto no Brasil quanto na China. O cochairman da E Fund, Xiaoyan Liu, afirmou que a cooperação com o Itaú ajudará a gestora chinesa em sua estratégia de internacionalização, ao mesmo tempo que permitirá aos investidores brasileiros acessar o mercado chinês. Carlos Augusto Salamonde, chefe de Gestão de Investimentos Globais do Itaú, destacou que essa parceria está alinhada com a agenda estratégica do banco de buscar sempre as melhores oportunidades de investimento, com diversificação geográfica e de ativos.

3 – Crescimento dos Laços Comerciais entre Brasil e China

Comércio Bilateral: Recorde de US$ 157 bilhões em 2023
Visitas de Estado: Xi Jinping no Brasil em novembro de 2023

A ofensiva dos bancos brasileiros acontece em um momento de forte aproximação entre Brasília e Pequim. Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil, e em 2023, o comércio bilateral atingiu um recorde de US$ 157 bilhões. Em novembro, o presidente chinês, Xi Jinping, visitará o Brasil antes da cúpula do G20 no Rio de Janeiro. Essa proximidade política e econômica abre novas oportunidades para investimentos bilaterais e fortalece as parcerias entre instituições financeiras dos dois países.

4 – Potencial de Expansão e Internacionalização

Impacto: Ampliação da presença global dos bancos brasileiros
Oportunidades: Investimentos em setores estratégicos

As parcerias firmadas pelo Bradesco e Itaú representam um passo significativo na expansão internacional das instituições financeiras brasileiras. Ao conectar os mercados brasileiro e chinês, os bancos estão não só ampliando suas ofertas de produtos e serviços, mas também aproveitando as oportunidades em setores estratégicos, como tecnologia, energia e agricultura. A internacionalização dessas operações reforça a posição do Brasil como um importante player no cenário econômico global, ao mesmo tempo em que atrai capital estrangeiro para impulsionar o desenvolvimento econômico do país.

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