A perspectiva de mudanças tributárias deve transformar o segundo semestre de 2025 em um dos mais movimentados para os investidores brasileiros. A possível revisão de benefícios fiscais para produtos de renda fixa está levando muitos a antecipar aplicações e buscar alternativas de longo prazo.
Corrida por ativos isentos
Com a ameaça de tributação sobre LCAs, LCIs e outros papéis, o mercado observa uma migração em massa de investidores para aproveitar a última janela de isenção. O movimento, embora compreensível, carrega riscos: há produtos cuja atratividade se sustenta apenas no benefício fiscal, e não na rentabilidade ajustada ao risco.
Analistas destacam que, assim como em outros ciclos, o investidor brasileiro tende a seguir os incentivos imediatos, mas que é necessário cautela para não concentrar excessivamente em ativos de curto prazo.
Previdência ganha protagonismo
Enquanto a renda fixa isenta pode perder espaço, a previdência privada desponta como um dos grandes destaques. O setor se consolidou nos últimos anos, oferecendo fundos com portfólios sofisticados, custos menores e vantagens fiscais relevantes.
A ausência de come-cotas e a tributação decrescente, que pode cair para 10% após dez anos de aplicação, tornam o produto cada vez mais competitivo como alternativa de acumulação de patrimônio e planejamento sucessório.
Crédito estruturado e imobiliário no radar
O cenário de juros altos também abre espaço para instrumentos de crédito estruturado, que permitem às empresas readequar passivos e oferecem ao investidor acesso a ativos com diferentes camadas de risco e retorno.
No setor imobiliário, fundos já vão além da renda com aluguéis, incorporando projetos de desenvolvimento dentro de estruturas que ainda contam com benefícios fiscais.
O que esperar daqui pra frente
A tendência é que os próximos meses sejam marcados por uma reacomodação nas carteiras dos investidores, em busca de equilíbrio entre liquidez, tributação e retorno real. Produtos isentos podem seguir como alvo imediato, mas previdência e crédito estruturado surgem como alternativas mais resilientes para quem mira o longo prazo.